domingo, 9 de agosto de 2020

O Jogo das Trocas

 Silhuetas De Pessoas Corporativas - Baixar Vector


Era um jogo, sempre foi um jogo. Diferente de outros jogos, o problema não era saber quem ganha ou perde, mas era conhecer as regras, regras essas que precisavam ser estabelecidas pelos participantes. Talvez seja necessário explicar essa parte que pode parecer confusa. Em resumo é, quando o participante A se encontrava com participante B, as ações de A gerariam as respostas esperadas por B. Como havia dito antes, não havia vencedores e nem perdedores, porque a qualquer momento os jogadores poderiam se distanciar e o jogo acabaria para os dois, talvez aqui houvesse uma derrota, quando o jogo acabava e só perdia quem continuasse a tentar a jogar. 


É nesse cenário que o jogo se fez. De um lado alguém experiente, por certo, guiado pela soberba e empáfia e do outro, alguém tão novo nesse jogo que parecia alguém fácil de levar e guiado pela inocência. De fato, não foi temeroso as primeiras rodadas, o mais novo, óbvio, entregou o que podia, ou até mesmo, acreditava o mais novo, mais do que deveria. Uma jogada arriscada, enquanto o mais velho viu aquilo e raciocinou rápido, darei um pouco, mas não o suficiente para me perder de mim. Nessa velocidade, o jogo seria longo e em breve os dois estariam ligados de tal forma que se desligar seria impossível. O que para o mais velho seria uma vitória inenarrável. De fato a plateia observava aquilo apreensiva.


O movimento seguinte mudou o cenário dessa vitória ganha. Algo impensável foi feito, o jogador mais velho decidiu compartilhar e assim correr mais rápido com a vitória. Ele não entregou pouco antes, ele calculou que ele poderia ser parte dele, era um sonho impossível e a impossibilidade diante de tudo era que compartilhar era um ato normalmente feito apenas para uma única pessoa. Havia jogadores experientes que fizeram isso com mais de uma pessoa, mas esses eram tão específicos que eram vistos como alienígenas e não como vencedores. O seu movimento foi recebido pelo mais novo com reserva, mas a troca ainda aconteceu, em uma medida até grande, mas o compartilhamento foi definitivamente rejeitado.


Naquele momento o mais velho dos jogadores entendeu o que aconteceria, ficou visível para ele: ele iria perder, porque ele seria o último a entregar. Ele sabia que não seria surpreendido, ele sabia que em um dado momento, quando o mais novo estivesse bem, ele sairia de perto. Para ter alguma chance ainda, ele teria que se afastar, parar com a troca e dessa forma se preservaria. Ele foi avisado tanto externamente, quanto por ele mesmo. Alguns chamariam a persistência de teimosia, mas não era, era esperança. Esperança que o mundo poderia ser diferente, esperança de que as pessoas fossem feita de outra matéria. Mas ele era um jogador experiente, ele tinha previsto cada movimento em sequência. A previsão era que o próximo ato seria de recusa ou diminuição, em seguida ele iria entregar algo e não conseguiria e assim ficaria só e derrotado. Conseguia até mesmo saber o tempo de cada ação e reação descrita no seu vaticínio auto imposto. Via cada ato e o quanto isso o aproximava do fim. Se alegrava, porque sempre ficava feliz no fim de uma batalha, mas também ficava nervoso, diante da derrota que aconteceria.


O movimento do mais novo veio, a entrega foi quebrada. O mais novo não só quebrou como se distanciou e saiu de perto. O silêncio se fez, a cortina parecia fechar, o jogador experiente ainda tentou jogar algo, um fiapo de esperança, mas aquilo nem sequer foi visto pelo mais novo, talvez, se ele tivesse parado ele teria visto uma lágrima caída no chão, ele nunca olhou para trás e por isso nunca viu essa última troca.


By Owen

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terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Aquele que Nunca Esquece




O céu pintava algumas colorações de vermelho, mas isso não diminuia nenhum pouco a temperatura, que nos últimos anos só poderia ser descrita como insuportável quase todo ano. A camisa branca estava grudada no peito, um efeito que poderia ser sexy, mas agora, era só nojento devido ao suor que era constante. O fone no ouvido era um instrumento de distância necessária, mas isso não o impedia de acenar para o porteiro que já o conhecia há alguns anos. A subida foi difícil, mas naquela idade que chegava, as coisas iam se tornando vagarosamente difíceis para qualquer um. Ele não se punia, tinha deixado de ir a academia fazia uma semana, mas uma vez por semana, depois do trabalho, ele subia aquelas pedras de paralelepípedos e era cercado por aquelas arvóres centanárias. O tom neocolonial e a cor levemente azulada o irritava e ele tinha certeza de que o irritaria também. Até mesmo que, como ensinado, até o ódio por coisas simples poderia ser instruído, de um jeito ou de outro.
A enfermeira não saiu antes do tempo, com a sua roupa branca impecável o estava esperando, o coque, preso atrás em uma longa armação, fazia dela uma imagem limpa, ética, higiênica. Ela o acenou, de forma falsamente amigável e logo se pôs a se apressar ao lado dele. Ele, aquele homem adulto, queria perder o tempo admirando o chafariz, ou perceber a delicadeza das plantas, mas sabia que nada daquilo sequer era real, tamanha beleza só servia para esconder o horror que era lá dentro e fez esse caminho, deixando a sua vontade para trás, assim como a sua paz.
“Acredite, ele anda melhor do que antes. Apesar de não ter relação nenhuma com a realidade...” Ela engasga quando ele a fuzila diretamente por trás daqueles óculos, transmitindo um eterno ar frio. Ela se recompõe e mantém a lista de informações que deveria dizer e corrige: “... ele ainda continua a enxergar apenas o passado, e falar apenas dele, não nenhuma comunicação com o presente.” Ela prontamente ignorou completamente qualquer olhar do rapaz e o mesmo, prontamente, não precisava entender o que ela estava dizendo, já que seus olhos, ao chegar ao pátio, se lançou a olhar o pátio, procurava, procurava e procurava. Ele sabia que estava ali e, sim, estava. Cavucando o chão ele tentava desenterrar alguma coisa. Suas roupas sujas, tinham quase a mesma cor das suas mãos e o pouco cabelo servia apenas para tampar a testa que se abria em um formato quadrado. A cor cinza tinha tomado conta do seu couro cabeludo e o seu filho sabia que seu pai, até nisso, ficaria feliz.
“Pai? O que o senhor procura?”. O amor não era só nas palavras, mas também nas ações de não julgar ou humilhar o homem, velho e decrépito, a sua frente. “Eu tinha enterrado ele perto da morangueira, eu queria tirar ele daqui, mas eu não achei a morangueira, agora quero ver se não tá em outro lugar. A minha mãe deve ter guardado, mas eu a chamo e ela não vem.” O filho apenas apoiou o ombro do pai. A mãe dele tinha morrido há algumas décadas e ele não sabe se a morte da sua avó desencadeou isso, ou se parte dele sempre foi assim. Claro que ele só foi para o asilo depois que perdeu totalmente a conexão com a realidade, após a morte do marido dele, o seu outro pai. Nesse instante ele deixou simplesmente de reconhecer qualquer pessoa. Ele tirou o pai dele dali. Levou até um banco e tentou conversar com ele. Os olhos vazios, pareciam estar entregues no seu próprio mundo de faz de conta, que ele mesmo nunca conseguiu entrar. Claro que ele o leu, mas nunca conseguiu entender, nem a relação das personagens e nem o que tudo tinha relação em si.
“Comprei uma nova casa e devo me mudar com a Claúdia em breve para lá. Pai, eu vim te contar uma notícia: Você vai ser avô.” Seus olhos marejados esperaram qualquer resposta daquele ser a sua frente e ele apenas dizia: “Só preciso de mais cinco pontos e depois disso, vou poder entrar”. Quando não repetia palavras que não tinham conexão nenhuma e ele continuava repetindo números, falar e referências perdidas que ninguém mais tinha. Seu pai estava longe, longe de qualquer salvação. Ele segurou as suas coisas e ia levantando, quando o velho começou a repetir: fone, fone, fone, fone, fone. Quando quase começou a berrar, ele tinha percebido o detalhe, ele estava com fone de ouvido desde o início da conversa.
Ele tirou o fone, guardou na mochila, abriu o sorriso, enquanto a noite caia, tampando com uma fina camada de escuridão o jardim, enquanto as últimas enfermeira tiravam seus pacientes para os quartos. Ele segurou seco a emoção, que vinha forte nele, olhou para o rosto do pai, com veios grossos que cruzavam o seu rosto, e esperou a fala coerente que poderia vir.
“Tem um lobo de escamas, o que você vai fazer?”. A escuridão terminou de pintar tudo em tons de azul escuro, enquanto as lâmpadas acendiam com luminosidade levemente amarelada nos postes do jardim.

                A enfermeira tocou no ombro dele e com um olhar de pena cruzou o daquele homem, que estava irremediavelmente chorando. Suas lágrimas caiam, como em uma torneira sem fim, ainda que sem uma expressão ou outra surgisse em seu rosto. Sem que houvesse uma pergunta ela começou a responder: “A parte que compõe a nossa memória é a mesma que compõe a nossa imaginação e sonho, lembrar de algo é ao mesmo tempo sonhar com aquilo e parte imaginar aquela mesma coisa. Por algum motivo, que não sabemos, seu pai só vive agora no passado de 20, 30 anos atrás, ou, quem sabe, mais. Ele não tem nenhum dano no cérebro, não sofre de nenhuma doença degenerativa, ou qualquer elemento diverso. Mas parece que decidiu viver em um passado que não existe mais do início do século. Por conta disso, que ele está e você, melhor do que eu sabe disso. Não se culpe e nem culpe a ele”. Ele secou o rosto, com a gola da camisa, fungou forte, para puxar o nariz que havia entupido, cerrou os olhos e se levantou. Deixava para trás a única família que conhecia e ia a frente querendo construir a sua própria, a partir de agora. As sombras e o silêncio do local, não permitiram que ele ouvisse, de longe e por entre os dentes, um “Tchau, Miguel”, que o velho disse sussurrando.


Owen Phillips

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quarta-feira, 4 de março de 2015

O salto e o passo

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Os vapores da noite subiam em rodopios e redemoinhos da parte mais funda, para o mais alto até chegar nas narinas. Eram odores pútridos, de carne, vermes, salpicados por um leve cheiro de fezes e urinas. Esses odores eram levados pelo vento e mexiam as madeixas de um loiro pálido e encaracolado do jovem ali, as suas pernas balançavam e ele respirava, enquanto apoiava a sua mão no parapeito de ferro da ponte. Quando deu aquela tragada do cheiro nauseabundo olhou em definitivo para aquela lua pálida e distante, cheia e quase escura.

"Você vai ou não pular?"

A voz veio daquele que estava ao seu lado. Um homem sempre o vinha visitar, naquele mesmo horário e esperava que ele fizesse a decisão e não importa o que acontecesse, ele retornava na noite seguinte, sempre com a mesma pergunta.

"Não sei, devo?"

A resposta do garoto veio como uma pergunta, mas era um pedido de socorro, um socorro que indaga, uma indagação que não pede uma resposta, apenas apoio.

"Isso é com você, não comigo. Eu nunca digo o que tem que fazer. Até mesmo o que faço eu simplesmente faço e não questiono".

O garoto olhou para aquele velho, careca, enrugado e quase se compadecia da vida que aquele velho deveria levar. Conversar com um moribundo como ele, aquela hora da noite, era a marca registrada de uma vida miserável. Ele daria aquela chance, mais uma vez ao velho, de dar uma importância que não se daria a ninguém, apenas para ajudar.

"O que você quer de mim?"

O velho careca abriu um sorriso, ele estava esperando aquilo havia uma semana e por certo ele teria a resposta agora. Ele devolveu um olhar certeiro e antes que dissesse alguma coisa o garoto estava de pé, com os braços abertos, pronto para o salto derradeiro, o último passo, aquele que o libertaria.

"É isso que você quer velho? Quer que eu pule?"

A resposta veio seca.

"Não, quero saber o que você vai fazer depois"

Ele paralisou e parou com a sua pseudo-pirotecnia de quem vai saltar e simplesmente disse: "Vou morrer é isso que fazemos, não?"

O velho apenas apontou para o chão, como se fizesse isso toda a noite e por debaixo da escuridão, por entre as luzes do poste e dos restos de caixas de papelão havia a carne putrefata de onde saía o cheiro nauseabundo, de onde pululava moscas varejeiras e ratos, onde um ninho de baratas fazia de lá seu lar e recinto. O cadáver estava insepulto e aquilo o fez desequilibrar.

"O que você quer?"

"Quero que você me diga o que fará depois de pular, voltar aqui para pular de novo? Quantas mortes deve encenar, quantas noites titubeará diante da decisão que sempre acaba tomando, a de dar um salto. O que fará quando tiver apenas saltos a realizar?"

O garoto sentou. Olhou para baixo e tentou verter alguma lágrima, mas ela não saía, tentou fazer algum outro impulso, que não fosse estar ali sentado, tentou não querer pular, mas parecia a única saída, a de repetir aquilo até a exaustão. Queria encontrar lógica nisso e não havia. Quantas vezes fingiu que morreu e em qual delas morreu de verdade? A lembrança nublava, até o momento que olhou para o lado e não havia mais o velho careca, apenas algo que se assemelhava a um manto em farrapos e a face por trás do capuz sumia em uma escuridão cegante.

"O que devo fazer?"

"Dar o próximo passo."

"E como faço?"

"Isso eu não posso te responder, mas te mostrar, é só me seguir, por isso que estou aqui"

"Eu estou com medo"

"Todos têm medo, mas qual é a sua outra opção?"

"Eu vou ficar bem?"

"Não sei"


O garoto segurou a mão fria que se escondia por debaixo daquele manto negro e naquela noite, não se ouviu de novo o som surdo do baque de um corpo caindo no chão, como acontecia há uma semana, a pequena Annie pôde dormir sem acordar às três da manhã.

Owen Phillips

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quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Cassandra


Cassandra

Ela era estranha. E isso era o mínimo que se poderia dizer dela. A pequena Cassandra nunca aprendeu a falar e nem ao menos a chorar. Muito antes de tudo, ela aprendeu a sorrir e, quando, naquele momento que a criança apanha para expandir os pulmões, ela gargalhou. Sorriu e riu de se engasgar, de ser levada para o hospital, de ser enfiados tubos pela sua garganta, mesmo que ela não parasse de mostrar ao menos uma leve expressão de sorriso. Claro que ela sobreviveu e, ufa, cá entre nós ela não poderia ter morrido, não assim.
                A pequena Cassandra, quando pequena conheceu todos os médicos londrinos e só não foi para além-mar, porque seus pais nunca tiveram dinheiro para essa extravagância. Os médicos, no entanto, não sabiam o que Cassandra tinha e eles queriam acreditar que Cassandra tinha alguma coisa, porque ela sorria sempre e sorria demais. A mãe sabia que Cassandra tinha feito alguma coisa, quando ela ria mais alto e então ela deduzia que ela tinha se sujada toda, ou que ela estava com fome, saber quando dormia é só quando o barulho das risadas acabavam. Quando pequena, a pequena Cassie deu muito trabalho, mas cá entre nós, o trabalho era de quem queria saber mais sobre a menina, porque a menina não estava nem aí para nenhum deles. E era chegar nos médicos que quase todo médico acabava rindo daquela menina levemente peralta, de riso farto, de alegria espontânea.

                Pequena Cassie demorou a aprender a falar, demorou para se adequar na escola, demorou demais, porque ela não sabia entender porque tamanha pressa em tudo e nas pessoas. Ela já tinha entendido há muito tempo que não precisava correr, só andando que a gente enxergar melhor os detalhes das coisas. Foi rindo que ela cresceu, foi rindo que ela floresceu como uma sem-vergonha que dá em qualquer canteiro e torna ele bonito do mesmo jeito. De um jeito simples, para não muito além da própria simplicidade.

                Foi naquela noite mais longa que isso aconteceu: Cassie ficou de cama. Como uma flor que definha e enegrece, foi como começou. Sua pele se tornou mais alva e seus olhos perderam o brilho, uma fraqueza sem fim se abateu no corpo e uma febre vinha e voltava, debilitando-a. Os médicos seguiam em romaria para o seu quarto e, é claro, teve um deles, o mais louco talvez, deu o diagnóstico estranho: “Senhora, ela está morrendo de tristeza e não há remédio que a faça melhor”. A mãe passou a ser uma enfermeira exemplar, largou o emprego, largou a casa e viveu as custas de agradar a sua filha acreditando que poderia fazê-la feliz se fizesse aquilo que ela queria. Deu os brinquedos que ela, a mãe, achava que a sua filha melhoraria, as comidas mais rebuscadas, ou as mais caras e, até as mais simples, ela o fez. Palhaços, brincadeiras, adivinhas, cachorros, gatos e até um papagaio entrou nessa história. Mas a tristeza não mais a abandonava. E então a mãe falou:

“Queria minha filha, que essa tristeza saísse de você, mas nem sei mais o que fazer para isso, me ajuda a ajudar você.”

“Mas mãe, tristeza não é uma coisa que a gente tira, tristeza é quando uma coisa nos falta.”

A mãe preocupada disse:

“Mas o que lhe falta filha? Diga que a sua mãe corre para te dar.”

Cassie olhou com aqueles olhos grandes e esboçou uma reação que não mais veio e disse em tom fúnebre:
“Falta o meu sorriso mãe.”

Quando ela fechou os olhos e a lágrima caiu, Cassie não mais acordou. 

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domingo, 9 de setembro de 2012

Para as Histórias Sem Término


Para as Histórias Sem Término.


Os passos eram ocos na madeira, que mesmo velha não rangia. Eram passos próximos, devido as suas pernas curtas e passeava habilmente entre as longas prateleiras, que mais pareciam muralhas com tijolos que eram livros, por vezes imaginava assim. Mas fazia tudo de forma tão alegre e tão vivaz que não sentia a hora passar. Ele fazia, porque lhe fazia muito bem, antes de tudo.
                Ele tinha terminado por hora o seu trabalho. Sabia que muitos daqueles papéis não seriam nem sequer olhados. Passou a correr pelo grande salão com seus olhos curiosos e encontrou os olhos do salão, vitrais multicoloridos, irradiado pela luz de um Sol que nunca se punha, e nunca irá se pôr, iluminava tudo aquilo com cores douradas. Era o salão o único observador daquela pequena criaturinha, com cabeça grande e orelhas caídas a frente do rosto, mãos pequenas e pés que eram ainda menores. Os pergaminhos e afins não deixavam ver que por detrás de tudo havia olhos grandes e amendoados. Mas ele era ligeiro e antes que alguém pudesse ver mais dele ele já havia sumido.
                 Na sala a frente, após passar o imenso portal de carvalho retorcido, com centímetros de espessura, chegava a um ambiente menor, mais soturno, onde a claridade não se espalhava como um véu de noivas, mas se concentrava em pontos específicos e um desses pontos e, talvez o único, eram as cadeiras e a mesa. Na mesa, pena e tinteiro, papel e régua, livros abertos e esquemas. Algo ali estava sendo construído, mas havia sido parado, até que ponto? A criaturinha jamais saberia, seu papel era entregar a quantidade de papel requisitada e uma vez feito isso não havia motivo para estar entre aqueles dois poderosos e imensos senhores. O quanto antes esquentou seus pés no chão e só o barulho da portinhola na porta foi escutado.

No fim, só havia dois homens, sempre um de frente para o outro. Em um canto da mesa, normalmente voltado para aquele que recebia, estava um homem alvo, de pele esticada e ressequida, assim como cabelos e mechas oleosas que caiam, por hora, na frente do próprio rosto. Cabelos brancos, mas só ele sabia que era de prata. Naquela parca luz o amarelo ressaltava dos seus olhos largos e grandes. Seu sorriso sonso e mortal continuava mesmo quando a sua aparência era séria. Do outro lado, havia um homem, de óculos, cavanhaque, rosto fino, nariz também fino. Cabelo bem cortado e negro, ainda que seus pelos da face fossem quase puxados para o ruivo. Haveria ele pintado esses pelos? De qualquer forma, na mesa descansava pena e tinta, mão e punho, livro e papel e o homem de cabelo prata ainda olhava de forma desafiadora para o de cavanhaque.
“Então é assim? Não vai terminar de novo? Você não se cansa de tentar, para o fim ser apenas isso?”. O sorriso na sua cara, após dizer isso era de uma alegria infindável. A sua vitória já acontecera, não havia mais motivo algum para estar ali, a não ser festejar a vitória, pôr os louros no topo de sua cabeça de longas madeixas e desprezar o derrotado. Ele, naquela noite, era a própria vitória encarnada.
“Sim, sem dúvida é assim que deve terminar, não é do jeito que eu desejava, mas foi assim que terminou”. A sua tristeza era visível. Foi com dificuldades e em câmera lenta que ele foi fechando o livro, as lágrimas chutavam com força a borda dos seus olhos, enquanto as primeiras gotas turvavam a sua visão, mas aquilo seria mais do que ele poderia entregar, especialmente na frente do seu inimigo clássico. Não deveria e não o fez. Engoliu a seco, com a sua força característica, e se pôs de pé com o livro em mãos. Olhava para a vasta prateleira e se perguntava onde deveria guardar, quando a próxima estocada veio em palavras afiadas e mortíferas.
“Isso, guarde ali, do lado daquele outro fracasso literário seu, onde também não pôde, ou não quis terminar. Ou, melhor, poderia guardar naquele canto, pequeno, que o conto era do que mesmo? Ahh sim, daquela menininha e das suas cartas. Deixe-me vê se me recordo, outro inacabado seu, correto? Isso não deveria ser uma prateleira, mas um açougue, com tantas histórias picotadas e interrompidas.” Aquilo era a glória, mais um passo e ele, mais uma vez, teria o controle. Ele estava lá quando ele se perdia, sussurrava quando tudo o mais brilhava, mas naquele momento? Naquele momento era o auge, os seus cabelos moviam-se com o parco vento que corria com a porta entre aberta, dando a impressão de serem serpentes bailando na altura dos seus ombros, silvando o veneno que caia em doses mortais a cada palavra, a cada letra.
O homem de pelos marrons no queixo, continuou a olhar para ele. Um misto de ternura, dor e pena, uma simples calmaria enchia seu coração. Aquilo não era o melhor em nada, aquele homem era a própria representação da morte e da fraqueza que há na morte. Seus traços representavam isso cada vez que ele aparecia. Não poderia sentir pena, pois pena era reservado para coisas que existiam e ele sabia, fora daquela realidade, eles se dissolveriam no vácuo existencial. Por fim, encontrou um espaço largo, onde um longo volume sobre uma Epopéia fazia seu local de descanso. Tirou a poeira da roupa e continuou em pé olhando para aquela cena patética que havia a sua frente.
“Bem, isso, volte, sente de novo e vamos, nós dois, construir essa história. Mas lembre-se, sou eu que dito o fim, sempre. Se por acaso, mais uma vez resistir, se por algum acaso novamente vir a se perder, eu estarei na esquina esperando o seu grito de desespero e tomo as rédeas nessa história. E não, não haverá final algum feliz. Aqui não temos finais felizes, estamos certos?”
Owen, o homem de cavanhaque, negou com a cabeça pendendo-a para baixo. “Não, não mesmo Zenolis, não é assim que começa e nem será assim que termina uma história. Agradeço toda a sua ajuda e, até mesmo, ao atrapalho que você criou. Mas sejamos sinceros, isso que você entende como vitória, é apenas a derrota de todos nós. Aquilo que você vê como um avanço para você e quer entender como um retrocesso, para mim, é apenas um fim, por vezes necessário. Tempo em demasia deixei o livro aberto. Tempo em demasia, esperei. Não foi nem você e nem eu, não foi ninguém aqui, ou aí, foi apenas o tempo. O tempo sim, esse tudo termina e termina quando há necessidade de terminar e não, não estou triste pelo fim, nem alegre pelo mesmo. O que estou fazendo, pequeno demônio criado para me acompanhar, é apenas me preparar, preparar-me sempre para uma nova história.” Ele pegou a pena, uma nova resma de papel, olhou para a chama, fitando-a positivamente, esperando que viesse a criatividade com novas palavras e novas histórias.
“Não se iluda, será mais um fracasso. Aqui como outras vezes, foi um fracasso e essa sala é cheia de coisas velhas e imundas, serve como um hall de exemplo do seu exímio estado de fracassado e da sua incompetência. E o que você faz, aí, sentando, é só preencher esse fracasso ainda mais.” O seu riso era impossível de conter, assim como as sombras lançadas pela luz da vela abraçavam-no, escurecendo o ambiente, também a luz decaia cada vez mais.
As palavras a seguir do Owen veio cheio de lamentação e dor. “Então eles seguiram para a estrela, em busca do sonho que haviam perdido. Suas lembranças haviam sido deixadas para trás, as suas histórias terminavam ali, assim como o frio e o calor, o sonho e o pesadelo, o dia e a noite, o banal e o esplendoroso. Terminava, pois iam em seus barcos feitos de esperança, com a sua vela eriçada e erguida com a boa vontade e ousadia, para além do próprio horizonte encontrar um caminho. O resto do mundo dormia. Mas quando fossem e não mais voltassem, seriam eles os heróis do crepúsculo, para que houvesse um dia, uma nova Alvorada, uma nova Aurora.” Ele se ajoelhou no chão, enquanto o próprio Zenolis se recuava. “Como você pôde? Como?”.
“A resposta? Você não entendeu não é mesmo Zenolis? Sempre houve um fim e eu já havia, fazia muito tecido, o que pode não estar escrito, não significa que tenha um dia sido esquecido, só significa que não houve tempo e mesmo que o tempo, senhor de todos os mortais, faça com que um dia nenhuma dessas histórias termine, eu sei delas o fim. Elas não são incompletas por você, elas são incompletas, pois não houve tempo e elas foram boas enquanto existiram e não choro as lágrimas daquilo que terminou, choro pela alegria que um dia isso me causou. Agora, não mais me atrapalhe, preciso voltar a escrever há uma nova história e essa começa, meu velho nêmeses, começa com ou sem você. Vem?”
A tinta se tornou fresca e o papel voltara a ser novo, para que as palavras fossem frescas e o sonho renovado.

Owen Phillips

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terça-feira, 6 de março de 2012

Ao cemitério




Ele andava calmamente entre as enormes pedras silenciosas, os inúmeros retratos em preto e branco, as covas e criptas. Só os anjos rochosos choravam aquele horário, motivados pelo ácido das chuvas. Era tarde demais para qualquer um estar ali, mas ele tinha ultrapassado os últimos limites e o portão do cemitério estava atrás de si. O sapato afundava na lama ainda recente da última chuva e a força empregada para sair daquela lama se tornava exponencialmente cada vez maior, cada vez pior. A única parte que não se cansava do seu corpo eram os braços que carregava, colado ao corpo, o buquê. Era o último horário que possuía, o último momento, não havia outra hora para celebrar e lembrar, a não ser aquele horário, na noite avançada. Ele estava cansado do dia e da claridade e de quanto havia trabalhado. Cada passo e estava mais próximo, mais e mais perto. As suas lágrimas se aproximavam das suas órbitas, a vermelhidão, nos seus olhos, a saliva aumentava na cova de sua boca e o seu nariz fungava o líquido que, até por ele, queria sair. Era virar uma esquina, apenas uma, para que pudesse depositar o buquê, só isso, rezaria, lembraria e, antes que amanhecesse, sairia dali. Ali ele não poderá estar, era vergonhoso para si chorar aquela perda, morrera há muito tempo e até os espíritos dos mortos devem ter cansado de tanta lamúria. Habituou-se, a partir de então, a chorar quando a noite lhe encobriria seus passos, seus destinos e de tão perto do sono poderia mesmo dizer que estava dormindo e não faria aquilo de propósito.

Virou a esquina e só havia um buraco, um fosso, onde deveria haver uma lembrança, uma pedra que manteria aquilo enterrado e forçado no chão. Não era um buraco irregular, mas algo escavado, milimetricamente calculado. No lugar da lápide, com o nome do seu choro e saudade, estava apenas outro buraco. Ele pensou em gritar e chamar por ajuda, mas lembrou-se que naquela profundidade do cemitério ninguém o escutaria, ninguém chegaria para socorrê-lo. Ele decidiu ver se havia ainda um caixão, se houvesse, depositaria o buquê e depois teria uma conversa com o coveiro e com os responsáveis com os restos mortais ali enterrados. Aproximou-se corajosamente e teve a surpresa que tudo que enxergou foi apenas um vazio negro e profundo, algo que nem o som ousava chegar. O pulo para trás, a princípio por susto, veio a se tornar mortal. A terra fofa serviu como uma armadilha onde o atrito havia sumido após a queda estava a serviço do atrito que havia sumido. Após, a beirada do buraco retangular se tornou uma pequena cachoeira, onde seu corpo foi levado com a força e uma enxurrada. Seu corpo depositou-se bruscamente no fundo do fosso, partes do seu corpo estavam doídas, enquanto outras partes haviam sido arranhadas e machucadas. Ao levantar sentiu a dor na altura do cóccix. Aquilo surgiu rapidamente em sua mente cercada pelo negro. Devo sair daqui e rápido, antes que o pior possa acontecer, antes que não possa mais sair daqui. A sua mão tateou ao redor buscando raízes e formações irregulares na parede, o que se mostrou um fracasso por completo. Mas não houve tempos para muitas tentativas, quando prestou atenção para saída do buraco percebeu a sombra que se projetava para baixo. Os seus olhos só encontraram o brilho amarelado e ouviu: “Agora não mais sairá daqui”. Antes que assentasse as últimas pás, o corpo enterrado estava vivo e ele sabia, nas suas últimas conjecturas, que foi enterrado pelas próprias memórias que não poderia esquecer.

Owen

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quarta-feira, 2 de março de 2011

Se um aluno erra, quem deve ser punido é o aluno e BASTA.

Texto comentário referente a: http://me.lt/4Gz1

Que é sobre o seguinte texto: http://me.lt/4Gz9

E Sinceramente, Senho Provocador, o termo correto É TROLL


Olá senhor provocador

Eu diria um nome sugestivo para um blog. Ok, iremos testar agora o quanto é a sua vez de ser provocado e se suporta a própria provocação. Obviamente irá limar o meu comentário, bem, pelo menos tenho fé de que não o faça. Já que quem gosta de provocar deve estar sujeito a aceitar o resultado da provocação.

Sofro um estranhamento profundo a respeito de como trata o sexo logo no início do texto, algo como ato sumário. Cá entre nós, há um que de moralismo nessa parte, bem, pelo menos boa parte do seu texto isso permeia o conteúdo do seu texto. Talvez para valorizar e aumentar a capacidade provocativa você retorna um modelo moral e ético que reinava sim no século XIX. Não, não o estou ofendendo, estou apenas apontando a origem do seu pensamento, assim como a classificação de que a sociedade brasileira (creio eu que é dessa que estamos falando, quando tratamos da realidade desses alunos) é machista, origina-se também senão desse período, pelo menos algo que recorre até os anos dourados da produção canavieira no Brasil, aonde uma elite utilizava um padrão patriarcal, do qual há a origem mais clara do machismo que temos como resquício.

Mas gostaria de salientar, com um certo cuidado, que o "demônio mora nos detalhes" (isso é só uma máxima, nada mais do que isso). A sociedade brasileira vem, cada vez mais, com uma característica de orientação matriarcal, onde regiões no Brasil possuem certa de 35% de famílias dirigidas por mulheres que trabalham fora. Problema que isso gera? Bem, se a mãe for aquela tipicamente solteira terá que deixar o filho com alguma profissional, ou não tão profissional assim, ou reza para que ele se cuide sozinho, se já tiver idade para isso. Porém, isso se deve, CLARAMENTE, a uma situação macro econômica que percorre toda a sociedade mundial, uma necessidade cada vez mais crescente de mão de obra, que não pode se reter apenas a uma questão de gênero, ou pior, a uma condição natural de mãe. Há um problema que isso gera, é óbvio, que a mulher, que historicamente foi o pilar da educação, passou a relegar a essa função a terceiros, pior ainda, que a educação não se tornou aquilo que terminava aos 6 anos da criança, mas sim que perduraria até pelo menos aos 18 anos, pois a sociedade, cada vez mais industrializada e mecanizada, precisaria de profissionais capacitados para operar máquinas cada vez mais complexas e cheias de um valor agregado social.

A educação no meio disso tudo? No meio desse caos social? Se tornou parte do Estado, no qual se torna responsável em gerir a educação, não de 1 família, mas de milhares, em um espaço de 11 anos (se tudo correr bem para a criança-adolescente e a mesma não vir a repetir). Mas a criança que chega ao corpo da escola, no entanto, é uma criança com experiências, vivências próprias e, se tiver origem pobre quase certo com um histórico contubardo na família, muitas das vezes carente de afeto e atenção que não teve no decorrer dos seus primeiros anos devido a situação macro econômica explicada acima.

Então, não é de se estranhar, obviamente, que a criança passe a enxergar na escola, não apenas um papel de um local de saber, mas como a continuação da sua casa. Por esses fatores, muitos educadores lançam mão, especialmente aqueles relacionados a educação infantil, de um método de se afeiçoar ao discente, para conquistá-lo pelo coração e atrair a sua atenção para o objetivo da matéria.

Porém, amor sem limites se torna libertinagem. E aí é que mora o perigo, senhor provocador. O Estado, com o seu papel devido de regulador da situação da escola, passa uma série de cobranças que servem a um modelo macro econômico facilmente conhecido pela sigla FMI e outros interesses internacionais. Para cumprir essas metas educacionais, metas essas que servem para medir o desenvolvimento de um país, procura limitar as ações da escola e promove, em muitos estados brasileiros, verdadeiras formas de promoção automáticas. Claro que nenhum Estado brasileiro irá afirmar isso, mas quando para se ter um aumento para os professores, a escola é obrigada a reprovar, no máximo 3 alunos por turma, fica claro qual é o papel da escola: máquina de exército de reserva.

Mas a "pouca vergonha" não termina por aí. A escola também se vê acuada, pois com tantas cobranças que são passadas a elas, ela mesma é completamente desassistida pelo Estado. Seja não repassando verbas para melhorar a condição da parte física da escola, seja não promovendo subsídios para que retome a autoridade do professor em sala. Sim, pois no seu tempo, se houvesse uma briga, seja com quem fosse, o professor poderia apartar a briga, segurando o braço de um e de outro e levando direto para a secretaria. No entanto, hoje em dia é proibido ao professor sequer se envolver em qualquer briga de aluno. Motivo? Se em algum momento, ele encostar no aluno e isso vir a feri-lo ele é capaz de aparecer nos jornais locais como o pior vilão de toda a história, mais ou menos como você descreve nesse texto.

Bem, imaginemos que através de alguns poderes mágicos que aqui não valem ser descritos, o professor fosse capaz de levar os brigões, ou como descrito no seu caso, os dois amantes voyeuristas, para a autoridade máxima em uma escola, no caso a diretora da unidade escolar. O que ela poderia fazer? No máximo chamar os responsáveis por aquele aluno, pedir para que não fizesse isso e PONTO. Ainda acho de uma imensa coragem ela ter conseguido expulsar os alunos, pois, se fosse em alguns colégios, onde o crime impera aos olhos vistos da sociedade, se a diretora expulsasse os alunos ela poderia ser ameaçada de morte, como já vi acontecer. Isso ocorrer, pois há outras transformações na sociedade, em que o Estado, ao tentar diminuir os seus gastos públicos retira da folha de pagamento a sua palavra mágica chamada Superávit primário, as custas de uma segurança deficitária, em que muitos oficiais são levados a criminalidade para sustentar a sua família.

Não quero aqui dá uma de advogado de pobre e dizer que tudo é por conta de uma sociedade que assim está por conta de um capitalismo voraz e selvagem, no entanto, não há como descolar um processo do outro. Não podemos, apenas pela provocação, apontarmos um erro e lançarmos a polemus, em busca de uma provocação que não gera nada mais que revolta e consternação. A palavra e o conhecimento não podem estar reduzidos em uma situação tão pobre de sentido.

Voltando, então, para a situação do professor, assim como da própria escola. Não acredito que em uma reunião, em apenas uma reunião, demitisse todo um corpo de profissionais, apenas por isso. No mínimo seria uma tolice, já que esses mesmos profissionais passaram boa parte uma experiência em tentativa de construir uma escola, usando as próprias ferramentas e métodos que seriam de melhor uso para si. Em acréscimo não acredito que foi de todo errado a situação da escola ao expulsar os alunos da escola. Acrescentaria apenas aí o dedo da justiça e avisaria aos cargos competentes o que houve e relataria aquilo que teria ouvido, assim, isentando-se da culpa. Sim, isentando-se, pois no final das contas foram eles que promoveram a tal atitude de fazer sexo sendo filmado e com consentimento de ambos.

Por fim, ao contrário do que o seu título do post no blog indica, eu não puniria os professores, nem a escola e nem a direção, mas sim o aluno, pois se todo erro que o aluno cometer for o próprio aluno isentado em prol dos responsáveis por ele, ele não terá a educação possível, já que, a educação, ao meu ver não é feito com o gosto doce do amor, mas, em conjunto, com o gosto azedo da punição severa aos atos excessivos. Talvez seja isso que temos que dar aos alunos e é isso que eles querem de nós, ao tomar tantos atos estranhos, pedir que ponhamos limites nele.

Por último, passar bem e espero que seja menos provocador e um pouco mais observador. A observação traz mais resultados do que a simples polêmica que NUNCA leva a nada. Acho que possuem um termo para provocadores excessivos na internet, mas não me recordo de qual no exato momento.


Ass.: Owen Phillips

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