quinta-feira, 16 de outubro de 2008

O Ensaio de Viagem


Parte 1: A chegada ao lugar do tranquilo

Uma viagem sempre começa em algum ponto. Por vezes pode ser demorado o seu início, pois as pessoas se esquecem quando realmente inicia-se a viagem. Quando a pressa aperta, esperando que logo chegue o momento de estar em um lugar novo, ou a mesma pressa os faz tentar conhecer tudo de novo que o cerca nesse novo ambiente. Algumas pessoas, com esse espírito fast-food para viagem, quase um fast trip, acabam tendo que esperar umas novas férias para poder descansarem. Pior aqueles que levam trabalho à tiracolo em notebooks, pastas ou livros.

Acaba que a viagem nunca começa de fato, o descanso merecido parte junto com o sossego. Por certo toda viagem começa com o claro desejo de viajar, quando a pessoa imagina a sua estadia, alimenta uma ou duas esperanças para o seu espírito cansado. No entanto isso só existe como um desejo latente, uma potência para viajar. Mas quando se arruma as malas, compra as passagens e, por fim, entra no veículo (real ou não), que começa definitivamente a viagem. Esse veículo vai te transportar a um universo novo, longe da sua casa segura, do seu mundo organizado em prateleiras certas para garfos e pratos, varal correto para as suas roupas e redondezas familiares e toda essa transformação se transmutará em novidade para dentro de você de novidades que se tornarão fotos, lembranças, roupas novas, ou apenas diários virtuais. Depende de você desprender do ainda reino familiar estressante e de verdades coerentes para poder “curtir” uma viagem perfeita.

Da mesma forma essa escrita demorou muito para sair, esquivou-se da transcrição da minha cabeça para o papel a todo o momento, mas soube esperar o momento exato. Deixei que as coisas novas me inspirassem, que corresse o fluxo do tempo, fiz com que a arte da escrita tornasse um prazer, ao invés de um dever. O dever de sentir prazer pode ser a pior obrigação de todas, pois poucas são as pessoas submissas o suficiente para que possam ter algum prazer, quando são obrigadas, exceto, talvez, as putas.

Onde quero chegar? Você leitor se questiona e eu aponto com o meu magro dedo indicador que é logo ali, um pouco antes do fim do arco-íris, em um lugar chamado tranqüilo (agora sem trema). Um lugar onde estou agora e que poucas pessoas vão, mas eu fui guiado até aqui. Guiado, mas não sem antes ter errado muito o caminho, escolhido os parceiros errados para a minha estrada e tropeçado em pedras, caído em abismos sem fundo(e olha, descobri que tinham fundo e eu podia escala-los) e me perdido em atalhos. Eu hoje fiz a minha viagem para tranqüilo (sem trema, que ótimo), descanso em seus braços e ele descansa nos meus e, por vezes nos cansamos de tudo e até de nós mesmos, pois hoje temos dois corações e um sentimento que bate junto em um compasso, eu diria, binário. Quanto a minha viagem, essa não acabou e hoje, como ontem, está sendo para mim UM DIA, esse sentimento é o maior companheiro para as mais loucas viagens. (Quem é o companheiro, traduza como quiser).


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