quarta-feira, 2 de março de 2011

Se um aluno erra, quem deve ser punido é o aluno e BASTA.

Texto comentário referente a: http://me.lt/4Gz1

Que é sobre o seguinte texto: http://me.lt/4Gz9

E Sinceramente, Senho Provocador, o termo correto É TROLL


Olá senhor provocador

Eu diria um nome sugestivo para um blog. Ok, iremos testar agora o quanto é a sua vez de ser provocado e se suporta a própria provocação. Obviamente irá limar o meu comentário, bem, pelo menos tenho fé de que não o faça. Já que quem gosta de provocar deve estar sujeito a aceitar o resultado da provocação.

Sofro um estranhamento profundo a respeito de como trata o sexo logo no início do texto, algo como ato sumário. Cá entre nós, há um que de moralismo nessa parte, bem, pelo menos boa parte do seu texto isso permeia o conteúdo do seu texto. Talvez para valorizar e aumentar a capacidade provocativa você retorna um modelo moral e ético que reinava sim no século XIX. Não, não o estou ofendendo, estou apenas apontando a origem do seu pensamento, assim como a classificação de que a sociedade brasileira (creio eu que é dessa que estamos falando, quando tratamos da realidade desses alunos) é machista, origina-se também senão desse período, pelo menos algo que recorre até os anos dourados da produção canavieira no Brasil, aonde uma elite utilizava um padrão patriarcal, do qual há a origem mais clara do machismo que temos como resquício.

Mas gostaria de salientar, com um certo cuidado, que o "demônio mora nos detalhes" (isso é só uma máxima, nada mais do que isso). A sociedade brasileira vem, cada vez mais, com uma característica de orientação matriarcal, onde regiões no Brasil possuem certa de 35% de famílias dirigidas por mulheres que trabalham fora. Problema que isso gera? Bem, se a mãe for aquela tipicamente solteira terá que deixar o filho com alguma profissional, ou não tão profissional assim, ou reza para que ele se cuide sozinho, se já tiver idade para isso. Porém, isso se deve, CLARAMENTE, a uma situação macro econômica que percorre toda a sociedade mundial, uma necessidade cada vez mais crescente de mão de obra, que não pode se reter apenas a uma questão de gênero, ou pior, a uma condição natural de mãe. Há um problema que isso gera, é óbvio, que a mulher, que historicamente foi o pilar da educação, passou a relegar a essa função a terceiros, pior ainda, que a educação não se tornou aquilo que terminava aos 6 anos da criança, mas sim que perduraria até pelo menos aos 18 anos, pois a sociedade, cada vez mais industrializada e mecanizada, precisaria de profissionais capacitados para operar máquinas cada vez mais complexas e cheias de um valor agregado social.

A educação no meio disso tudo? No meio desse caos social? Se tornou parte do Estado, no qual se torna responsável em gerir a educação, não de 1 família, mas de milhares, em um espaço de 11 anos (se tudo correr bem para a criança-adolescente e a mesma não vir a repetir). Mas a criança que chega ao corpo da escola, no entanto, é uma criança com experiências, vivências próprias e, se tiver origem pobre quase certo com um histórico contubardo na família, muitas das vezes carente de afeto e atenção que não teve no decorrer dos seus primeiros anos devido a situação macro econômica explicada acima.

Então, não é de se estranhar, obviamente, que a criança passe a enxergar na escola, não apenas um papel de um local de saber, mas como a continuação da sua casa. Por esses fatores, muitos educadores lançam mão, especialmente aqueles relacionados a educação infantil, de um método de se afeiçoar ao discente, para conquistá-lo pelo coração e atrair a sua atenção para o objetivo da matéria.

Porém, amor sem limites se torna libertinagem. E aí é que mora o perigo, senhor provocador. O Estado, com o seu papel devido de regulador da situação da escola, passa uma série de cobranças que servem a um modelo macro econômico facilmente conhecido pela sigla FMI e outros interesses internacionais. Para cumprir essas metas educacionais, metas essas que servem para medir o desenvolvimento de um país, procura limitar as ações da escola e promove, em muitos estados brasileiros, verdadeiras formas de promoção automáticas. Claro que nenhum Estado brasileiro irá afirmar isso, mas quando para se ter um aumento para os professores, a escola é obrigada a reprovar, no máximo 3 alunos por turma, fica claro qual é o papel da escola: máquina de exército de reserva.

Mas a "pouca vergonha" não termina por aí. A escola também se vê acuada, pois com tantas cobranças que são passadas a elas, ela mesma é completamente desassistida pelo Estado. Seja não repassando verbas para melhorar a condição da parte física da escola, seja não promovendo subsídios para que retome a autoridade do professor em sala. Sim, pois no seu tempo, se houvesse uma briga, seja com quem fosse, o professor poderia apartar a briga, segurando o braço de um e de outro e levando direto para a secretaria. No entanto, hoje em dia é proibido ao professor sequer se envolver em qualquer briga de aluno. Motivo? Se em algum momento, ele encostar no aluno e isso vir a feri-lo ele é capaz de aparecer nos jornais locais como o pior vilão de toda a história, mais ou menos como você descreve nesse texto.

Bem, imaginemos que através de alguns poderes mágicos que aqui não valem ser descritos, o professor fosse capaz de levar os brigões, ou como descrito no seu caso, os dois amantes voyeuristas, para a autoridade máxima em uma escola, no caso a diretora da unidade escolar. O que ela poderia fazer? No máximo chamar os responsáveis por aquele aluno, pedir para que não fizesse isso e PONTO. Ainda acho de uma imensa coragem ela ter conseguido expulsar os alunos, pois, se fosse em alguns colégios, onde o crime impera aos olhos vistos da sociedade, se a diretora expulsasse os alunos ela poderia ser ameaçada de morte, como já vi acontecer. Isso ocorrer, pois há outras transformações na sociedade, em que o Estado, ao tentar diminuir os seus gastos públicos retira da folha de pagamento a sua palavra mágica chamada Superávit primário, as custas de uma segurança deficitária, em que muitos oficiais são levados a criminalidade para sustentar a sua família.

Não quero aqui dá uma de advogado de pobre e dizer que tudo é por conta de uma sociedade que assim está por conta de um capitalismo voraz e selvagem, no entanto, não há como descolar um processo do outro. Não podemos, apenas pela provocação, apontarmos um erro e lançarmos a polemus, em busca de uma provocação que não gera nada mais que revolta e consternação. A palavra e o conhecimento não podem estar reduzidos em uma situação tão pobre de sentido.

Voltando, então, para a situação do professor, assim como da própria escola. Não acredito que em uma reunião, em apenas uma reunião, demitisse todo um corpo de profissionais, apenas por isso. No mínimo seria uma tolice, já que esses mesmos profissionais passaram boa parte uma experiência em tentativa de construir uma escola, usando as próprias ferramentas e métodos que seriam de melhor uso para si. Em acréscimo não acredito que foi de todo errado a situação da escola ao expulsar os alunos da escola. Acrescentaria apenas aí o dedo da justiça e avisaria aos cargos competentes o que houve e relataria aquilo que teria ouvido, assim, isentando-se da culpa. Sim, isentando-se, pois no final das contas foram eles que promoveram a tal atitude de fazer sexo sendo filmado e com consentimento de ambos.

Por fim, ao contrário do que o seu título do post no blog indica, eu não puniria os professores, nem a escola e nem a direção, mas sim o aluno, pois se todo erro que o aluno cometer for o próprio aluno isentado em prol dos responsáveis por ele, ele não terá a educação possível, já que, a educação, ao meu ver não é feito com o gosto doce do amor, mas, em conjunto, com o gosto azedo da punição severa aos atos excessivos. Talvez seja isso que temos que dar aos alunos e é isso que eles querem de nós, ao tomar tantos atos estranhos, pedir que ponhamos limites nele.

Por último, passar bem e espero que seja menos provocador e um pouco mais observador. A observação traz mais resultados do que a simples polêmica que NUNCA leva a nada. Acho que possuem um termo para provocadores excessivos na internet, mas não me recordo de qual no exato momento.


Ass.: Owen Phillips

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